Os neurônios espelho ficam localizados no córtex pré-motor e no lobo parietal inferior, mas a maioria de vocês é como eu e não entende nada disso (por mais que eu seja viciado em House, ainda não decorei tudo sobre o corpo humano). Eles agem quando realizamos uma ação ou quando observamos alguém em ação – ensaiamos ou imitamos mentalmente toda ação observada. Essa descoberta, uma das maiores da década, foi feita a partir dos estudos de comportamento do macaco Rhesus.
A Rainha má utilizada o Espelho Mágico, um artefato que só falava a verdade (e não são assim todos os espelhos?), para diariamente conferir se ainda era a mais bela dentre todas as mulheres, até Branca de Neve se tornar uma it girl com dezessete anos e a Rainha, toda recalcada, chorar sangue de tanta raiva a ponto de mandar mata-la.

De acordo com Gallese (2005), os neurônios espelho estão relacionados ao aprendizado de novas habilidades e leitura da intenção de outros seres humanos, assim como sua disfunção pode estar ligada ao autismo. Considerando a capacidade que temos de aprendizado, é certo que são importantes para o aprendizado, isto é, influencia a cultura de cada pessoa.
Não sou cientista, mas sou um observador, já li o conto da Branca de Neve e, principalmente, já passei por muitas experiências profissionais, e a relação entre os dois assuntos é o tipo de profissional que você é.
O profissional Rhesus aprende com a observação do que acontece ao seu
redor (ou de um superior diretamente relacionado ao seu trabalho),
enquanto o profissional Rainha Má isola-se em sua própria magnitude,
tendo a si mesmo como referência de aprendizado.
O macaco aprendeu observando, enquanto a Rainha resolveu apenas matar a
referência superior a ela. Atitudes como a da Rainha são mais comuns nas
empresas do que a do macaco, e quando um perfil Rhesus se destaca, ele
automaticamente é reconhecido e admirado por muitos – mas também odiado
por alguns.
De certa forma, a Rainha Má odeia o Rhesus.
Infelizmente, é mais comum encontrarmos perfis Rainha Má do que Rhesus: por serem perfis opostos, todo o meio entre os dois classifica-se como um punhado de profissionais imaturos, que contam as horas para almoçar ou o final do expediente e não possuem qualquer impulso em aprender ou sacrificar algo para crescer.
Digo isso com propriedade, eu já tive esse perfil em meu primeiro
emprego, durei dois anos e fui demitido, passei para o segundo emprego,
onde encontrei excelentes exemplos de profissionais e, na convivência
com cada um, cresci e mudei minha postura.
Hoje sou dono de uma das mais notórias agências de apresentação do país,
algo que nunca imaginei conquistar, e aprendi que quanto mais se
reclama, menos se aprende: trabalho é trabalho, e encontrar prazer nele é
um desafio fácil, difícil é enfrentar os problemas de cada dia com a
mesma alegria que se recebe as boas notícias.
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